sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Diálogos internos

Sinto-me exausta.
A noite me visitou
cheia de dores.
Permito-me abrir uma janela
e espreitar
O que vejo é difuso
como tudo que se lê
muito de perto.
A planta dos pés me queima,
uma dor no sacro me alucina,
os mamilos são puro fogo.
Não tenho medo
ainda não descobri a causa
mas vou em frente,
tateando e escorregando
feito cobra.
Talvez ache ou não encontre
pouco importa.
O bom é o caminho
a busca, o mistério.

sábado, 21 de janeiro de 2012

Resiliência

Não procuro rimas
nem rítmos
No meu poetar
só escuto o coração.
Serenidade e compaixão
será este o banquete da velhice?
Vou provando e degustando
mesmo a contragosto.
O tempo me furta
e me adianta saudades.
Ser exata e certinha
já me aborrece.
Esta monotonia
não é assimilável
O poente é, no mínimo melancólico.

sábado, 7 de janeiro de 2012

O dom de ser mulher

             Deus poetava ao criar a mulher. Se foi feita da costela de Adão, certamente ele escolheu a mais perfeita.Bastando-se ou não a mulher arranja sempre um jeito de se doar.Mulher se multiplica sem causar nenhuma estranheza.Mulher dar à luz, mesmo arrastando uma cruz.É misteriosa,sublime e amadurece com mansidão,sem se importar se vai ou não funcionar.Está sempre colorida e visível nem que seja com emprego de muita tinta. É cheia de artimanhas quando quer seduzir.O bicho homem que se acautele porque a mulher se encontra acima de seu raciocínio.O mistério é sua arma e seu escudo .Mulher está sempre se desdobrando e apaziguando desavenças. É mais tinhosa que camaleão e baratinha francesa.Sou mulher e carrego estandarte.