domingo, 28 de abril de 2013

Vivendo e aprendendo

          Embora você tente fechar seu coração a sete chaves,haverá sempre um mágico que o abrirá com um mínimo esforço usando apenas a química circulante no seu corpo,a energia de polos diferentes que iniciam o elemento fogo.Aí todas as defesas se quebram e você se entrega.O amor é sempre mais forte do que o seu desejo de não ceder, e não há esconderijo que te proteja ,aí naufragam todos os  conceitos que se sedimentaram na tua couraça.Esta é grande tragédia da vida :a tua pseudo liberdade de decidir é rompida e cai sem qualquer estardalhaço,mansamente como uma neblina que varre um grão de terra que teima em permanecer.

quarta-feira, 17 de abril de 2013

As tardes

           As tardes são como estações outonais: lânguidas,modorrentas,acastanhadas,com aquela vaga sensação de esmorecimento, de vida que já foi cumprida.Neste intervalo do dia  sou e não sou, tremulo entre a fantasia e o sonho.Saciada de sua fome a vida segue sem o entusiasmo da manhã que já se foi. As tardes não têm outro objetivo senão o de esperar que a noite chegue com seus mistérios e promessas de alcova,e as novas esperas para um novo dia que renascerá para alguns e para outros não;mais velho para os que permanecem no planeta,que no fundo será uma espécie de repetição,colorida entretanto, de novos olhares,de novas propostas infinitas, sem entretanto nos anunciar o que vai nos surpreender.Este é mais um encanto da vida : a total imprevisibilidade dos acontecimentos.

sábado, 13 de abril de 2013

A escolha é mito

Destino, surpresas,acasos,
se entrelaçam e dão as cartas,
escrevem histórias,
mudam decisões.
A escolha é mínima,
o livre arbítrio uma falácia.
Somos o que não supomos ser:
o nada, o imponderável.
Nada preenchemos,
nem somos preenchidos,
acomodamo-nos aos modelos.

domingo, 7 de abril de 2013

O sistema

          Hoje é domingo,dia consagrado ao descanso onde poucos repousam.Estar em movimento é nosso prazer e desalento.O repouso nos convida a meditar sobre alguma coisa que não nos agrada,e uma vaga angústia nos impele ao movimento como um torno que gira sem parar para dar forma a matéria.Obviamente seremos, para sempre, obedientes ao que nos foi determinado como modelo de vida,no fundo todas as obrigações nas quais nos escravizamos sem questionamentos,sem nos darmos conta da manipulação engendrada pelo sistema. O que somos senão marionetes ante uma plateia que também aplaude porque não entende?