sábado, 26 de maio de 2012

A verdade dos fatos

                   Não sei porque ando rindo tanto,dançando tanto,cantando tanto.Talvez seja uma tática para não chorar ou deprimir,talvez porque  tendo pouco tempo de vida eu deseje seguir as orientações da auto ajuda para não me sentir tão desconfortável com o que anda acontecendo no planeta.Estratégia de sobrevivência ou alienação, que seja, mas a verdade é que os autos índices de violência e prognósticos  me assustam.Nosso país chafurdando na corrupção, a Europa empobrecendo com a crise financeira,o oriente médio nos seus eternos conflitos,mortes ,terrorismos,crises de valores, autoritarismos e outras inúmeras mazelas,entre outras as das mulheres que se envaidecem ao se transformarem em frutas e se embudecem para chamarem a atenção da midia, que atualmente só valorizam a abundância de carne rija.O que gesta por dentro é descartado e decretam-se a morte da poesia, da música de boa qualidade e da literatura que, por não ser
 popular não vende.
 O pior é que esta crise está criando uma geração de autistas que vivem conectados no mundo virtual, porque o real está mesmo de amargar.Não é hora no entanto de abandonar o barco, mas de união para tentar salvá-lo.Mais uma vez,convocando o otimismo almejo que esta crise seja apenas um ritual de passagem para que boas novas possam florescer.Luz e proteção
para todos .

sexta-feira, 25 de maio de 2012

caixa de surpresas

Território interdito para lágrimas
vitalício para o amor
irrito-me por ousar tão pouco
por embrulhar desejos.
Muito desconheço
pouco desobedeço
vida miúda para tanto querer
bordado de Penélope sem fio de Aríadne.

sábado, 19 de maio de 2012

Muito prazer

Esta sábia andorinha
que me chega com o tempo
fala-me das urgências de caminhar
por densas florestas e profundezas.
Engordar desejos,
desautorizar restrições,
existir em todos os restritos minutos.
Eu sou, eu quero, eu agradeço
a vida, os buracos negros,
os sons, os toques,as cores,as dores
os olhares que me impressionam
os enganos,os acertos, os deslizes
os abismos que me acolhem com amor. 


quarta-feira, 9 de maio de 2012

A profilaxia do perdão

          Ódios ,ressentimentos, mágoas,culpas e outros sentimentos negativos que perduram em nossa psique podem causar sintomas que, a medicina não pode perquirir com bastante eficiência por serem causados por desarranjos emocionais que escapam até mesmo a uma análise investigativa acurada,isto porque ainda somos um mistério.Lembremos que a maior parte do nosso inconsciente não pode ser acessada.Encontrar a cura para um transtorno mental é quase como tirar um bilhete de loteria. Sorte de quem conseguir.O homem, por ser um ser social, necessita desenvolver  relações afetivas, e se nestas relações não estiver inserido um boa dose de perdão,estarão inexoravelmente fadadas ao fracasso, isto porque a imperfeição faz parte da nossa essência muito mais do que as virtudes.A visão maniqueista entre o bem e o mal já foi abolida da nossa interpretação.Estes convivem intimamente amarrados  num nó górdio, sendo nossa tarefa destrinchar este nó e fazer ressaltar nossas virtudes que devem ser cultivadas em função do nosso humanismo prático.           Perdoar é o verbo.Desfazer-se de uma enorme carga é uma atitude inteligente, assim podemos possibilitar um renascer de esperanças e fé na vida, porque esta, com certeza, sempre nos dará as respostas que necessitamos.Não precisamos carregar o fardo de alguma injustiça que alguém nos fez.Neste sentido o pai nosso é significativo ao contemplar os dois lados: o do ofensor  e o do ofendido. Portanto, adote o perdão, inclusive para si.


sexta-feira, 4 de maio de 2012

Vestindo os dias

Novos tempos
vou vivendo
passarinhando
acarinhando
partilhando
consumindo
consumando
alma exposta
não imposta.
Vou rodando
vou cantando
nada altero.
Considero
laços fortes
peito amigo
fogo brando
dias quentes
braços fortes
pratos cheios
gente humilde
sem cansaço
pra um abraço.

terça-feira, 1 de maio de 2012

Mãe outra

               Não sinto saudades de mim.Tenho saudade das pessoas que fizeram parte da minha vida;dos carinhos, exemplos de vida,dos jogos de baralho com dona Raimundinha,das brincadeiras da infância e da juventude;dos animais que meu pai criava com tanto carinho-- cachorros, macacos,pássaros,papagaios,gatos e que estiveram em minha vida sem que eu lhes demonstrasse tanto interesse .Dona Raimundinha era um ser raro,destas pessoas encantadas com a vida com  sua simplicidade cativante.Muito inteligente e sábia na arte de viver. Nunca a vi triste, e até na hora de sua morte estendia sobre nós um sorriso de serenidade.Amava a leitura e isto me fascinava,passávamos horas comentando nossas leituras e eu me regozijava na sua companhia tão agradável.Os netos a chamavam de mãe outra,tamanho o seu amor por eles e o carinho que lhes dispensava.   
           Só transgredia na hora do jogo, pois usávamos todos os códigos  de comunicação a fim de  ganharmos as partidas.Grande exemplo de vida pacata e feliz.Muitas saudades Dona Raimundinha, se aonde te encontras praticas a arte do bem viver, lembra-te de cutucares com menor força as pernas de tua companheira de jogo.