sábado, 19 de janeiro de 2013

Escolhas

             O corpo de Leila se pôs de verde,os olhos de puro cristal,seu instinto detetivesco começou a esmiuçar e desentortar a cada segundo,pendendo mais amiúde ao seu incontrolável pendor para detectar as filigranas.As dúvidas sarapateavam nas entrelinhas do seu olhar aguçado.Algo lhe fartava e outras tantas coisas lhe faltavam.O sangue que lhe jorrava das entranhas não era espelho para ninguém.Doenças da alma são territórios desertificados,só os sintomas dão seus esgares de alertas,as causas permanecem indecífráveis.Desta ignorância surgem as disparatadas sentenças e as inconsequentes crenças.Leila decidiu parar de perquirir ,de se aventurar por locais escuros e desconhecidos.Fechou a gaveta da memória e escolheu o presente : deixou pousar a carícia do vento ,vestiu a alma de adereços e levantou-se para deixar-se abraçar pelos raios solares que inundavam dadivosamente a sua varanda.

sábado, 12 de janeiro de 2013

Lições de vida

                      Leila o seguiu hipnotizada.As vezes ele lhe acenava com um porto seguro,outras lhe anunciava ondas gigantescas que  poderiam  a tragá-la para sempre.Era aquela imprevisibilidade que a fascinava.Foi amor à vista cansada.Olhou-o e sentiu-se inteiramente aprisionada dentro dele.Seus desejos galgavam estrelas e o cobriam com um manto de majestade.Em sua fértil imaginação deu-lhe asas de condor,cantigas
  de passarinhos, e perfume de  de juventude reinventada.Não tinham afinidades, mas o sentimento despertado contrariava qualquer percepção que destronasse sua fantasia.Ele não veio para somar,chegou para alertá-la de que a energia não pode ficar estagnada por mais perigoso que seja o caminho.Percorre-lo é nosso destino,um passo sempre a frente sem se deixar apavorar pelo ranço da experiência.