sábado, 19 de janeiro de 2013

Escolhas

             O corpo de Leila se pôs de verde,os olhos de puro cristal,seu instinto detetivesco começou a esmiuçar e desentortar a cada segundo,pendendo mais amiúde ao seu incontrolável pendor para detectar as filigranas.As dúvidas sarapateavam nas entrelinhas do seu olhar aguçado.Algo lhe fartava e outras tantas coisas lhe faltavam.O sangue que lhe jorrava das entranhas não era espelho para ninguém.Doenças da alma são territórios desertificados,só os sintomas dão seus esgares de alertas,as causas permanecem indecífráveis.Desta ignorância surgem as disparatadas sentenças e as inconsequentes crenças.Leila decidiu parar de perquirir ,de se aventurar por locais escuros e desconhecidos.Fechou a gaveta da memória e escolheu o presente : deixou pousar a carícia do vento ,vestiu a alma de adereços e levantou-se para deixar-se abraçar pelos raios solares que inundavam dadivosamente a sua varanda.

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